segunda-feira, julho 07, 2008

Lá (se) vai Lisboa


Projecto para o Largo do Rato. Valsassina e Aires Mateus.

Aprovadas as especialidades, seguirá a obra dentro de momentos?

Por muito que respeite os autores, meus colegas, recuso-me a aceitar "aquilo" como arquitectura.

Contributo para a qualificação da cidade: zero.

Ora, o arquitecto deve ter esse contributo em mente. Se assim não for, não faz sentido nenhum estar a defender (e a promover) a Arquitectura como direito.

A proposta, argumente-se o que se quiser, não passa de uma mera (apetece dizer: reles) exploração da área de construção máxima permitida (aí, é a Câmara de Lisboa que fica mal no retrato, e todos os que acham que quanto menos planeamento melhor...).


Cúmulo do patético: o alinhamento com a cércea do Prémio Valmor. Ah... será isso a tal "integração no sítio"...?

Esta parece-me uma contradição da classe dos arquitectos (a minha, por sinal).

Por um lado, no discurso, o Arquitecto ao serviço da sociedade. A Arquitectura como garante da qualidade.

Por outro lado, na prática, volta não volta, alguns arquitectos (pelos vistos, com muita saída) a mascarar com a sua "estética" os índices máximos de construção.

Existe uma petição.

Parece-me ser tarde demais, os direitos estão constituídos, mas ela pode ser subscrita aqui :

http://www.petitiononline.com/lgrato/petition.html

Lá (se) vai Lisboa, lá (se) vai o País...

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

UM NOJO, É O QUE É!!!!

11:19 da tarde  
Blogger João Amaro Correia said...

Este comentário foi removido pelo autor.

4:56 da tarde  
Blogger João Amaro Correia said...

não me parece que a exploração dos índices de construção configure crime lesa-cidade.
nem o argumento estético servirá para este debate.
salvar o rato? a piada reside no assassinato que o rato foi alvo de há anos. como um nó de auto-estradas, ar irrespirável, trânsito pedonal impossível.

curioso ninguém falar também do edifício de uma seguradora que está imediatamente ao lado. aquele grotescto pastiche, tão ao gosto das consciências pós-modernistas, assim, revestidinho a uma pedrinha que não ofenderá o gosto.



cumprimentos,
j

4:58 da tarde  
Blogger Pedro Homem de Gouveia said...

Caro JAC,

não lhe parece que a exploração dos índices de construção configure crime lesa-cidade?

a mim também não.

mas já acho que o argumento estático serve para este debate.

o facto de o resto de Lisboa estar pejado de mediocridades ou de outros crimes de lesa-cidade (sim, incluindo esse que refere) não é razão para olhar agora para o lado, tipo "ou há moralidade ou comem todos".

só faz deste projecto mais uma facada na cidade.

de facto, "salvar o rato" parece mais uma piada de mau gosto.

quanto ao "...assim, revestidinho a uma pedrinha que não ofenderá o gosto" eu diria: ah ah ah, nem mais :-)

abraço

P

12:12 da manhã  

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