quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Voto C



Há largos meses atrás, o Manuel Vicente convidou-me a integrar a lista C. Aceitei.

Já tornei públicas as minhas ideias sobre a Ordem. Considero...

...que o apoio à prática deve ser a prioridade com reflexos no discurso, na organização e no orçamento da Ordem;

...que a formação contínua é um dever da Ordem e um direito dos seus membros, e que não pode continuar a ter lugar só em Lisboa, e a ser vista como fonte de lucro;

...que na disciplina a Ordem deve fazer tudo o que estiver ao seu alcance para proporcionar aos seus membros condições de trabalho para que estes cumpram com as suas obrigações, que não deve esperar pelas queixas, e sobretudo não calar os protestos só para não deixar de receber apoios do Estado. A Ordem tem uma fonte de receita segura – as quotas dos membros. Não tem desculpa para estar calada;

...que relativamente aos concursos a Ordem deve assumir, de uma vez por todas, que a igualdade de oportunidades no acesso à encomenda pública é um dever do Estado e um direito dos profissionais, e deve fazê-lo sem ambiguidades, doa a que estrelas doer;

...que a Ordem não pode assobiar para o lado no que toca a honorários, e que apesar das limitações impostas pela legislação europeia pode dar um importante contributo a dar;

...que nas actuais condições, os estagiários estão a ser forçados a cumprir um “serviço militar obrigatório” que não garante nada, e que só beneficia quem já está instalado e pode beneficiar do seu trabalho gratuito, e que mesmo não sendo clara, ainda, a solução, já é tempo de a Ordem reconhecer o problema;

...que a descentralização é um imperativo para a Ordem, e que essa descentralização deve ser o mais profunda possível, deve passar pela criação de novas secções regionais, e deve ser conduzida, principalmente, pelas delegações e núcleos já existentes.

Estas opiniões podem não coincidir totalmente com as do Manuel Vicente e da restante Lista C.

Isso não me preocupa – olho para as restantes listas, leio os folhetos, e vejo a mesma ambiguidade e conversa redonda que já vi noutras eleições.

Escolher é preciso

Precisamos de clarificação. Mas não é de clarificação relativamente a chapeladas eleitorais – essa, já a deu o Tribunal.

Precisamos de clarificação relativamente a prioridades.

Porque na hora da verdade sabemos que quem estiver na Ordem vai ter de escolher entre contratar técnicos para melhorar o apoio à prática… ou para fazer a Trienal.

Entre pagar as deslocações à Madeira e Açores de membros do Conselho de Disciplina, para audições, ou pagar as deslocações a Lisboa de estrelas, para conferências…. na Trienal.

Entre realizar acções de formação descentralizadas pelo País, a baixo custo de inscrição, ou montar exposições em Lisboa… para a Trienal.

Entre tomar posições públicas claras contra câmaras que não fazem concursos, violam PDM’s, perseguem arquitectos, ou fazer de conta que não se passa nada, para que estas subsidiem… a Trienal.

Fazer programas muito estruturados, com muitas medidas, tem o seu interesse, mas um alcance limitado. Já ajudei a fazer um – e depois vi como, na hora da verdade, foi esquecido. Bastou haver alguém a acenar com uns brilhos, a tocar uma flauta, e seguiram todos atrás. Promessas, leva-as o vento. Eu demiti-me.

Princípios claros e escolhas concretas, precisam-se. Não acredito em programas que prometem o sol na eira e a chuva no nabal.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Demitiste-te mas, segundo me disseram, parece ninguém consegue encontrar a carta, o papel... nem porra nenhuma.

Foi mais perder o jogo por falta de comparência... mas adiante! Afinal eles eram mais que as mães... a malta compreende! e nem leva a mal.

Já agora, em nome da decência, vê lá se tomas conta do teu "jovem rafeiro" aka Sérgio Xavier, ex-secretário ou secretário passado à clandestinidade da tua querida candidatura porque o insulto e a cretinice não ajudam a resolver problemas sérios.

Ou a OA é uma brincadeira?

abraço,

JPS

6:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olhe, JPS, eu do primeiro assunto não sei nada.

Mas com o segundo já me fui cruzando.Em tempos comentei no randomblog2 a vergonha que é a troca de insultos que se vai dando a propósito na blogosfera. E de facto esse tal Jovem Rafeiro, ou Sérgio Xavier, é absolutamente execrável. A minha opinião, já manifestada no randomblog, é que já merecia uma "corrida a osso"! Tipo processo judicial ou coisa que o valha. Nem sei como as pessoas são insultadas e não reagem.
Se ainda por cima faz parte de uma candidatura, pior ainda!
Não será o único, nem comportamentos do tipo têm sido exclusivos de qualquer das listas!
Mas não trazem nem nada de novo nem de bom. Antes pelo contrário.

Vota lista Z! por uma discussão edificante e cordata!

Cumprimentos,

Rui Pereira

6:49 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O Sérgio Xavier está aqui. E tem uma só coisa a dizer: não publico nada no blogue referido.

Mais, já publico na blogosfera há mais de cinco anos e nunca "envergonhei" ninguém, como poderão decerto comprovar.

A seguir às eleições, decerto haverão menos anónimos com nomes tão diferentes em comentários tão temporalmente colados a atacar o Sérgio Xavier.

Quanto ao resto, a minha espinha dorsal aguenta que não me pronuncie.

Felicidades é o que vos desejo.

Cumprimentos,
Sérgio Xavier

12:29 da manhã  
Blogger Pedro Homem de Gouveia said...

Aos comentadores anónimos, JPS, FdP ou PqP (vai tudo dar ao mesmo):

1. Sempre achei cobardes os que comentam escondendo-se no anonimato. Cobardes e pouco coerentes - afinal, se acham tão verdadeiras as coisas que têm para dizer, porque não se assumem? Aqui há gato...

2. Quanto a essa conversa da treta de não haver carta, já disse o que tinha a dizer (neste mesmo blogue, o comentário ainda lá está). Quem vai buscar o assunto ou o faz por ignorância (chegou agora à refrega, o colega?) ou por manifesta má fé, usando-o como subterfúgio para esconder o essencial. E o essencial eu disse-o na cara de quem tinha de o ouvir.

3. Mais cobardes ainda são aqueles que, não revelando o seu nome, atiram para a lama o nome dos outros, e depois ainda têm a lata de falar em cretinice e insultos.

Ao contrário de muitos outros eu permito neste blogue os comentários anónimos e nunca os apago, por muito rafeiros que sejam - porque sei que quem lê o blogue vê à distância a cobardia de quem os assina.

Palavras para quê?

2:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Deixo um comentário neste blogue porque o moderador me merece o respeito que em democracia devemos ter por todos quantos não têm a mesma opinião que nós.

Deixo um comentário neste blogue e arrisco porque o único comentário que deixei até hoje foi no tal "jovem rafeiro" e bem me arrependo de o ter assinado pelas razões que bem podem imaginar.

Deixo um comentário neste blogue para afirmar duas coisas que me parecem fundamentais:

1. Apesar da fraca participação, continuada, nas eleições podemos tirar pelo menos esta conclusão: os arquitectos que votaram mostraram bem o que não querem. E o que não querem é o caminho incerto, sem programa, ou com um programa escondido, que apoiado num discurso moralista sobre Valores, sabe-se lá que valores escondia na verdade - o caminho da lista B.
2. À lista C e a todos os que nela acreditaram e acreditam, muitos meus amigos, temos agora o caminho dificil pela frente de mudar as coisas na ordem. Pela minha parte acho que vale a pena acreditar que é possível!
3. Deixo ainda um apelo a todos os que não foram por caminhos menos proprios nesta campanha. A todos os que não se esconderam atrás do anonimato para fazer da palavra escrita arma de ofensa. Que se juntem a mim pedidindo a todos os que a utilizaram que terminem de uma vez por todas!

A ti meu amigo Pedro a pesar de discordarmos de muita coisa, um abraço amigo!

Tiago Monte Pegado

10:42 da manhã  
Blogger AM said...

"ou a OA é uma brincadeira?"

esta pergunta tem "truque", certo!?

10:48 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

AM: "esta pergunta tem "truque", certo!?"

Ui, ui, e que "truque"!

Sérgio Xavier

4:03 da tarde  

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